28/04/2015

Os emaranhados de fios em postes públicos e as diversas obras de escavação para instalação de cabos convencionais de fibra óptica nas vias públicas podem estar com os dias contados. A unidade EMBRAPII CPqD, em parceria com a Prysmian, assinaram na tarde desta terça-feira (28), em São Paulo, um projeto que visa facilitar a implantação de redes de telecomunicações e, dessa forma, atender à crescente demanda das operadoras. No valor total de R$ 1,5 milhões, o projeto teve contrapartidas da EMBRAPII, CPqD e da Prysmian, sendo esta por meio da Lei de Informática.

O projeto irá desenvolver microcabos ópticos, que serão instalados em microdutos, pelo processo de sopramento. Eles terão o núcleo altamente compactado, apesar de acomodar a mesma fibra óptica dos cabos atualmente disponíveis no mercado. Um cabo óptico com 288 fibras tem, por exemplo, aproximadamente 18 milímetros de diâmetro. O novo microcabo, com o mesmo número de fibras, deverá ter, no máximo, 11,5 milímetros. Essa compactação permitirá o melhor aproveitamento do espaço, de modo a atender o maior número de operadoras de telecomunicações, ou eventuais necessidades de expansão das redes existentes.

Uma das principais vantagens dos microcabos ópticos é a instalação em microdutos, que requerem valas de tamanho reduzido, cuja escavação dispensa a necessidade de obstrução das vias públicas. “É um sistema menos invasivo do que a tecnologia convencional, pois a microvala consiste em um corte na pavimentação de aproximadamente 3 cm de largura por 30 cm de profundidade”, explicou Ricardo Zandonay, gerente de Desenvolvimento de Tecnologia do CPqD. “A instalação é rápida, não deixa resíduos e a recuperação do pavimento é realizada imediatamente após a acomodação do microduto”, acrescenta.

De acordo com o José Luís Gordon, Diretor de Planejamento e Gestão da EMBRAPII, este projeto comprova que o modelo de parcerias idealizado para a EMBRAPII dá certo e está prestes a gerar mais resultados. O foco destas parcerias é unir o conhecimento dos institutos de pesquisa de alta competência com a expertise e demandas das empresas em suas áreas de competência, produzindo assim um diferencial competitivo para a indústria brasileira. “Todo este processo, do começo ao fim, acontece com agilidade e flexibilidade. Desta forma, é possível fechar o projeto no timming que a indústria demanda em termos de inovação”, ressalta Gordon.

Os desafios da nova tecnologia estão na instalação dos microcabos nos microdutos. Como suas dimensões são menores, não é possível usar a técnica convencional de instalação, em que o cabo óptico é puxado dentro do duto. Porém, sua nova forma favorece seu sopramento dentro do duto, que é feito com o auxílio de equipamentos específicos dotados de compressores de ar.

“O microcabo deste projeto, incluindo sua metodologia de instalação, representará um grande avanço para a viabilização da construção de novas redes de acesso sob condições adversas”, afirma Alberto Paradisi, vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento do CPqD. Ele explica que a participação do CPqD no projeto será, principalmente, de apoio ao desenvolvimento do microcabo e de validação dos protótipos, além do desenvolvimento dos procedimentos de ensaios laboratoriais a serem utilizados na certificação da ANATEL e da realização de um teste piloto em campo (na rede de uma operadora).

Para a Prysmian, a implantação de um sistema de microcabos e microdutos apresenta custo menor – em termos de infraestrutura, de cabos e de recuperação do pavimento -, maior flexibilidade e tempo de execução reduzido. “O custo de implantação é cerca de 40% menor do que o de uma rede óptica convencional”, afirma Valeria Garcia, diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Prysmian. O projeto envolve todos os elementos da rede de microcabos ópticos, bem como o domínio dos processos e os testes para validação dos protótipos. Ele terá a duração de 18 meses.

EMBRAPII – A EMBRAPII atua por meio da cooperação com instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, tendo como foco as demandas empresariais e como alvo o compartilhamento de risco na fase pré-competitiva da inovação. O financiamento da instituição obedece a seguinte regra geral: a EMBRAPII pode investir até 1/3 das despesas das unidades com projetos de PD&I com empresas, enquanto o restante é dividido entre a empresa parceira e a unidade. Ao compartilhar riscos de projetos com as empresas (por meio da divisão dos custos do projeto), estimula-se o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade tecnológica para, assim, potencializar a força competitiva das empresas tanto no mercado interno como no mercado internacional.

Prysmian – Com faturamento de aproximadamente € 7 bilhões em 2014, o Grupo Prysmian conta com 19 mil colaboradores, 91 fábricas e está presente em 50 países, com 17 centros de Pesquisa e Desenvolvimento na Europa, Estados Unidos e América do Sul. No Brasil, a empresa possui oito unidades fabris localizadas em Santo André e Sorocaba (quatro fábricas), em SP, Joinville, em SC, Vila Velha e Cariacica, no ES, além de dois centros de Pesquisa e Desenvolvimento. Conta com mais de 1.700 funcionários, que são responsáveis pela produção de aproximadamente 80 mil toneladas de cabos por ano.

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