EMBRAPII e ABIQUIFI assinam acordo para tornar a indústria farmacêutica menos dependente de outros países e expandir as exportações

A pandemia do Coronavírus explicitou a dependência da indústria nacional, gerando escassez de produtos em diversas áreas. Não foi diferente com a cadeia produtiva farmacêutica. Logo após euforia da aprovação de uso emergencial das Vacinas Oxford/AstraZeneca e Coronavac, veio o receio da paralização da imunização por falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), catalisador do qual depende a fabricação das vacinas, no país.

Para deixar o setor farmoquímico mais flexível e independente de pressões e escassez externas, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) e a Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), se uniram e assinaram nesta quarta-feira (26), em cerimônia online, um acordo de Aliança Estratégica de fomento a inovação, produção local e tornar o país mais independente tecnologicamente.

“O papel da EMBRAPII é fortalecer a indústria nacional e conta, para isso, com um modelo ágil, flexível e sem empecilhos burocráticos. As Unidades EMBRAPII estão preparadas para atender às demandas das empresas e, inclusive, pretendemos credenciar novos centros para atuar com o setor da saúde. Eu tenho certeza de que será possível unir a expertise acumulada do setor empresarial com o conhecimento dos pesquisadores das Unidades EMBRAPII para promover mais inovação no setor farmacoquímico”, explica o diretor presidente da EMBRAPII, Jorge Guimarães.

Para a produção de remédios e vacinas, a indústria farmacêutica utiliza insumos farmacêuticos ativos (IFAs). Somente 5% dos insumos utilizados pela indústria farmacêutica para a produção de remédios prontos são produzidos no Brasil — o outros 95% são importados, mais de 70% vêm provenientes da China e da Índia, países que fizeram grande investimentos nos últimos 20 anos na sua indústria de química fina.

“Há uma necessidade absoluta de nós agregarmos ao conhecimento dos empresários em parceria com os  pesquisadores o que temos disponíveis em desenvolvimento tecnológico. As universidades e centros de pesquisas tem competência de nível global. Precisamos explorar mais essa capacidade afim de agregarmos ao setor de insumos no país”, destaca o presidente do Conselho de Administração da Abiquifi, José Correia.

A EMBRAPII promove o encontro de empresas com a rede de Unidades EMBRAPII, importantes centros de pesquisas no Brasil, para auxiliá-las a superar seus desafios tecnológicos. Há unidades com competência para desenvolver soluções em fármacos, biofármacos e insumos para o setor farmacêutico.

A aliança com a ABIQUIF se soma a uma série de ações da EMBRAPII com o objetivo de fortalecer laços com setores industriais específicos. A instituição também mantém acordo com a ABBI (Associação Brasileira de Bioinovação), ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos), ABTCP (Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel), ABAL (Associação Brasileira de Alumínio), ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração), ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) e Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores).

Sobre a EMBRAPII
A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial é uma organização social que tem contrato de gestão com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações; Ministério de Educação e Ministério da Saúde. Em sete anos de operação, já apoiou mais de 1 mil projetos, desenvolvidos em parceria com empresas nacionais de diferentes portes e Unidades EMBRAPII em todas as regiões do país. Tais projetos somam investimentos de R$ 1,6 bilhão e mais de 300 pedidos de Propriedade Intelectual.

Sobre a ABIQUIF
A associação congrega empresas dos setores farmoquímico e de insumos farmacêuticos, produtoras de matérias-primas para medicamentos e seu objetivo maior é o estímulo à produção de farmoquímicos e insumos farmacêuticos no país, visando o atendimento da indústria farmacêutica brasileira e participando do esforço exportador nacional. A verdade é que boa parte remédios no Brasil hoje já são produzidos com insumos vindos da China, que nos últimos 20 anos gradativamente se tornou uma potência em produção de medicamentos.

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