Modelo oferece recursos não reembolsáveis e apoio ao desenvolvimento tecnológico até sua chegada ao mercado. Estão reservados R$ 70 milhões para projetos na área de Inteligência Artificial e R$ 60 milhões para mobilidade
Uma das maiores dificuldades das startups é provar ser economicamente viável. A falta de apoio e conhecimento muitas vezes impede que o negócio chegue ao mercado. Para aumentar os incentivos e contribuir para que as startups decolem, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) vai oferecer recursos não reembolsáveis e acesso a profissionais qualificados das Unidades EMBRAPII (centros de pesquisa de ponta) em todo o ciclo da inovação: desenvolvimento tecnológico, desenvolvimento do produto ou serviço e acesso ao mercado.
Os detalhes desse novo modelo serão apresentados em uma live que contará com a participação do Subsecretário de Inovação e Transformação Digital do Ministério da Economia, Igor Nazareth, e o diretor de Planejamento e Relações Institucionais da EMBRAPII, José Luis Gordon. O encontro será dia 23 de fevereiro e, para acompanhar, basta clicar e definir o lembrete em: http://bit.ly/PDIparastartups
A EMBRAPII sempre atuou, em parceria com sua rede de centros de pesquisa (Unidades Embrapii), na fase conhecida pelo setor empresarial como “vale da morte”, considerada de grande risco diante das incertezas da viabilidade tecnológica de uma determinada solução do produto ou processo proposto. A proposta agora é acompanhar as startups em fases de desenvolvimento posterior até viabilizar a comercialização do produto inovador.
Com o novo modelo, as startups contarão com recursos não reembolsáveis da EMBRAPII para etapas como homologações ou certificações, provas de conceito, lotes piloto, registro de propriedade industrial, entre outros dispêndios. O apoio também poderá ser utilizado em serviços de assessoria qualificada em inovação, design, modelagem de negócios, entre outros, desde que relativos ao projeto desenvolvido em parceria com uma Unidade EMBRAPII.
O modelo abrange projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em áreas como Inteligência Artificial, Mobilidade, Bioeconomia, Grafeno, Biofármacos, Manufatura 4.0, entre muitas outras. Somente para área de IA, serão destinados R$ 70 milhões e, para mobilidade, R$ 60 milhões.Podem se beneficiar startups com o faturamento anual de até R$ 16 milhões e no máximo seis anos de constituição jurídica (a contar da assinatura do contrato do primeiro projeto com uma Unidade EMBRAPII).
“Esta novidade vai garantir às startups a redução de riscos tecnológicos e mercadológicos no desenvolvimento de um projeto inovador até sua fase final. Nosso modelo desburocratizado e flexível vai ajudar ainda mais que boas ideias se tornem realidade, uma oportunidade de negócio que certamente fortalecerá nossa indústria”, afirma José Luis Gordon, diretor de Planejamento e Relações Institucionais da EMBRAPII.
Para o Subsecretário de Inovação e Transformação Digital do Ministério da Economia, Igor Nazareth, este modelo é um importante impulso ao ecossistema de inovação brasileiro. “As startups são empresas com modelo de negócio inovador e envolvem altíssimo risco de investimento. Oferecer recursos não reembolsáveis e suporte qualificado em todo o ciclo da inovação garante aos empreendedores uma jornada mais estável e promissora”, afirma.
Apoio para consolidação
O modelo EMBRAPII para startups prevê ainda um ciclo focado a empresas que já concluíram com sucesso projetos com Unidades EMBRAPII e já conquistaram alguns clientes iniciais, mas que necessitam de apoio para se consolidar e ampliar seu acesso ao mercado. Para estes casos, a EMBRAPII fará um contrato direto de co-investimento no valor de até R$ 200 mil.
Em contrapartida, a empresa precisa ter um investidor anjo, uma aceleradora parceira, recursos provenientes de uma plataforma de crowdfunding ou ainda outros investidores. O valor investido pela EMBRAPII será equivalente ao dos investidores, até o limite de R$ 200 mil. Nessa fase, o empreendedor conta com carência de 24 meses e só devolve o recurso, apenas com a correção da inflação, caso a startup de fato decole. Se ela não tiver sucesso no mercado, não será necessário a devolução do investimento.
Segundo Nazareth, a meta da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (SEPEC/ME) é tornar o Brasil um dos principais ecossistemas de startups do mundo. Para isso, a Sepec anunciou recentemente investimentos de R$ 44 milhões no hub de inovação InovAtiva para apoiar 15 mil startups nos próximos anos. “Esses recursos serão direcionados ao desenvolvimento do empreendedorismo inovador no Brasil, com ações, plataformas e iniciativas que buscam catalisar negócios, parcerias, oportunidades de inovação e contribuir para a estruturação de startups de diferentes estágios de maturidade em todo o país”, explica.