02/04/2015
A agilidade e a flexibilidade da distribuição de recursos para projetos de inovação, levou a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), em apenas dois meses, a fechar nove contratos com empresas parceiras em um valor total de R$ 13,3 milhões. Algumas empresas estão investindo até 50% do valor do projeto devido à sua importância.
Desde o início deste ano, a EMBRAPII não atua mais como um projeto-piloto e conta com 18 unidades selecionadas por meio de chamada pública. Entre as unidades que fecharam projetos recentes estão os Instituto Lactec (PR), a Fundação Certi (SC), o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e o CPqD, ambos em São Paulo. “A resposta aos planos de ação tem sido surpreendentemente rápida. O faturamento de alguns institutos de pesquisa no ano de 2014, por conta de novos projetos, foi recorde”, declara o diretor-presidente da EMBRAPII, João Fernando Oliveira.
Assinado em janeiro, o CPqD fechou um projeto com a multinacional Padtec, que visa o desenvolvimento, suporte e evolução de tecnologias inovadoras de sistemas de comunicações ópticas WDM (Wavelength Division Multiplexing) de alta capacidade. “Trata-se de uma área que precisa estar em evolução constante para atender às novas demandas decorrentes do uso intensivo de aplicações na internet, que fazem o tráfego nas redes de comunicações aumentar cada vez mais”, afirma Tania Regina Tronco, pesquisadora da Diretoria de Gestão da Inovação do CPqD.
A Fundação Certi também comemora o bom andamento das etapas dos seus projetos de inovação. Seus pesquisadores estão desenvolvendo um sistema inteligente de comercialização para a multinacional Gnatus, especializada em produtos odontológicos, com um faturamento médio anual de R$ 280 milhões. O outro projeto, em parceria com a Fanem, importante fabricante nacional de equipamentos médicos e laboratoriais, trabalha na pesquisa e desenvolvimento de uma nova plataforma de equipamentos da fabricante para o segmento de neonatologia.
Os Institutos Lactec assinaram contrato na área de eletrônica embarcada com a Volvo. O projeto busca inovação para os caminhões da montadora que atuam na área agrícola. E o CNPEM está desenvolvendo pesquisas na área de Biomassa em parceria com a Brasil Kirin, importante fabricante de bebidas. “Nosso pensamento na EMBRAPII é que a competitividade da indústria brasileira depende de uma lista gigantesca de fatores, mas não há dúvida de que a capacidade inovadora pode se sobrepor a uma série deles. O único caminho para virarmos esse jogo da indústria é por meio da inserção verdadeira de novos materiais e tecnologias, e do uso de inteligência em produtos como uma nova cultura de mais conhecimento dentro da indústria”, avalia João Fernando.
EMBRAPII – Todos os projetos descritos tiveram apoio da EMBRAPII para sua realização. O financiamento da instituição obedece a seguinte regra geral: a EMBRAPII pode investir até 1/3 das despesas das unidades com projetos de PD&I com empresas, enquanto o restante é dividido entre a empresa parceira e a unidade. Ao compartilhar riscos de projetos com as empresas (por meio da divisão dos custos do projeto), estimula-se o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade tecnológica para, assim, potencializar a força competitiva das empresas tanto no mercado interno como no mercado internacional.