Organização reforça diálogo com institutos de inovação industrial americanos para intensificar o desenvolvimento de projetos no Brasil
Entre os dias 19 e 25 de fevereiro, o diretor de Operações da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) esteve em missão nos Estados Unidos para ampliar o diálogo com institutos de pesquisa e empresas que desenvolvem projetos de tecnologias disruptivas. A agenda promoveu reuniões com equipes que apresentaram protótipos de inteligência artificial industrial aplicada, projetos de desenvolvimento de materiais para combustíveis sustentáveis, além de modelos de estímulo a inovação similares aos disponibilizados pela organização.
Um deles está relacionado com os Centros de Competência, que está sendo implantado para estruturar um ambiente de inovação aberta, com ênfase na participação de startups, bem como no estímulo à associação tecnológica. A chamada para esta modalidade está aberta. Confira aqui.
A agenda incluiu encontros com universidades e centros de pesquisa, como o instituto MxD do Programa Manufacturing USA, a GM Research Center, Foxconn Technology Group e o National Institute of Standards and Techonology (NIST).
A missão é uma oportunidade para compartilhar experiências e retomar conversas sobre iniciativas de cooperação internacional, suspensas em função da pandemia da Covid-19, junto a empresas que já têm projetos envolvendo as Unidades Embrapii.
Programação
A programação incluiu compromissos em Detroit, Washington e Chicago. Entre os temas tratados estão manufatura avançada, sustentabilidade, indústria 4.0, tecnologia e inovação.
A agenda começou na segunda-feira (20) no Ford Robotics Center da Universidade de Michigan, um centro de pesquisa aplicada no uso de robótica em tecnologias assistivas, que dialoga com projetos voltados ao programa Rota 2030. Na ocasião, a professora Dawn Tilburry, chefe do Departamento de Robótica da Universidade de Michigan, apresentou os modelos de acompanhamento técnico e avaliações dos Centros de Pesquisa em Engenharia (ERC, sigla em inglês) – programa financiado pela NSF (National Science Foundation), agência americana de fomento a projetos de PD&I. Segundo Pereira, “a troca de experiências sobre os modelos adotas dos ERCs serão de grande valia na montagem dos nossos processos de acompanhamento e avaliações dos Centros de Competência sendo criados pela Embrapii”.
Já a visita a diversos grupos de pesquisa da Universidade de Michigan, como o Centro de Manutenção Inteligente (NSF UICRC), aproximou a Embrapii de grupos que trabalham no desenvolvimento de materiais avançados e análise de dados, e no tema da aviação sustentável, abrindo possibilidades de futuras parcerias com Unidades Embrapii e empresas brasileiras.
Na terça-feira (21), o diretor de Operações da Embrapii foi ao GM Research Center, centro de inovação para engenharia automotiva, design e tecnologia avançada. A empresa tem cinco projetos em desenvolvimento junto às Unidades Embrapii Senai ISI Sensoriamento e Senai ISI Eletroquímica. “A GM está bastante satisfeita com nossa parceria e a expectativa é de ampliar”, disse Pereira.
Na quarta-feira (22), em Washington, na agenda do dia, o representante da Embrapii esteve acompanhado do Primeiro Secretário da Embaixada do Brasil em Washington e responsável pelas questões de Ciência, Tecnologia e Inovação, André Makarenko. O primeiro compromisso foi no National Institute os Standards and Techonology (NIST) na diretoria que coordena o Programa “Manufacturing USA”, onde realizou uma apresentação detalhada sobre a Embrapii e seus modelos, e as novas iniciativas de incentivo à inovação disruptiva: Basic Funding Allince (BFA) e Centros de Competência.
Pereira destacou o comentário do coordenador do Programa Manufacturing USA, Michael Molnar, sobre como a Embrapii vem desenvolvendo suas atividades. “Acho impressionante que havia 42 unidades Embrapii quando fizemos a visita de referência ao Brasil no início de 2020 e vocês adicionaram 54 unidades, desde então. Foi muito interessante ouvir a nova iniciativa de desenvolvimento dos Centros de Competência, há semelhanças com a nossa nova iniciativa de Tech Hubs. Acho claro que uma atividade mutuamente benéfica é continuar a troca de informações sobre esses programas.”, disse Molnar, em mensagem enviada à Pereira, logo após o encontro.
Molnar fez, ainda, uma apresentação sobre os Centros Manufacturing USA e seus resultados, que também têm um foco em educação e treinamento, similar ao modelo de Centros de Competências. “Conversamos sobre o modelo de acompanhamento dos Centros do Manufacturing USA e questões como avaliação de impacto dos projetos desenvolvidos. Foi interessante ver que os modelos são muito parecidos e os desafios muito similares”, avalia Carlos.
Na sequência, o diretor da Embrapii esteve na Universidade de Maryland e se reuniu com coordenadores de áreas relevantes no desenvolvimento de inovação na instituição, como o Industrial AI Center, o Center of Life-Cycle Engineering (CALCE), o Center for Enviromental Energy Engineering (CEEE) e o Center for Risk and Reliability. “Todos os diretores dos centros indicaram interesse em cooperações com empresas brasileiras e Unidades Embrapii”, relata Pereira.
Já na quinta-feira (23), pela manhã, o representante da Embrapii reuniu-se com o Cônsul Geral do Brasil em Chicago, Benoni Belli, e à tarde esteve no Centro MxD – Digital Manufacturing and Cyber Security, um dos centros do Manufacturing USA financiados pelo Departamento de Defesa (DoD). Na visita, a Embrapii estabeleceu maior proximidade com o instituto para futuros projetos de ferramentas digitais e cibersegurança.
Encerrando a missão, na sexta-feira (24), Pereira esteve no Centro de Pesquisa Industrial em Inteligência Artificial e em 5G da Foxconn, a maior empresa de “contract manufacturing” (manufatura sobre contrato), escolhida pela Apple para montagem dos iPhones mundialmente. A companhia tem 17 projetos em desenvolvimento com Unidades Embrapii e foram discutidas oportunidades de ampliação desta colaboração, especialmente na aplicação industrial de sistemas de inteligência artificial.