O protótipo foi desenvolvido ao longo de mais de sete anos e garante uma aplicação precisa do batom sem borrar nos lábios
Uma tecnologia na área de cosméticos está prestes a revolucionar a linha do tempo do tradicional batom que existe desde 1.700/1.900 (antes de Cristo): um batom que pigmenta os lábios de forma automática por meio de inteligência artificial.
A iniciativa, com tecnologia e pesquisa 100% brasileira, já é realidade no Brasil e foi projetada para pessoas que desejam mais autonomia na aplicação do cosmético. O protótipo está em estudo no país e é do Grupo Boticário que conta com o apoio da Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, BNDES, do Sebrae, da Unidade Embrapii de Produtos Conectados CESAR – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife e da startup Neurobots. A Embrapii se destaca por seu envolvimento em projetos que oferecem soluções concretas para questões da sociedade, principalmente essas com foco especial na acessibilidade
O protótipo já possui estudos de elaboração há mais de sete anos e aplica o batom nos lábios sem borrar. Isto é possível por meio de um dispositivo tecnológico que possui um sensor instalado em câmeras que monitora os limites da mucosa, diferenciando a pele dos lábios e do rosto para a aplicação.
Através de uma foto e utilizando inteligência artificial, o sistema reconhece o lábio e envia as coordenadas para a aplicação. A partir daí, a máquina aplica o batom escolhido com precisão. “O Batom Inteligente é uma conquista não somente do Grupo Boticário, mas da sociedade em geral. Ele não representa apenas um avanço tecnológico, mas um movimento importante na direção de uma sociedade mais inclusiva e diversa. Inovação está em nosso DNA e é um pilar que permeia todo o negócio, por isso mantemos nossa posição de vanguarda no mercado da beleza, por sermos inquietos e sempre desejarmos ir além para transformar a vida das pessoas por meio da beleza. Isso é a prova de como mantemos os nossos consumidores no centro das decisões, pois trabalhamos para atendê-los com excelência em suas necessidades e desejos. Ainda que não seja um produto comercializado, com esse projeto inovador temos o objetivo de empoderar pessoas com deficiência visual ou com limitações motoras nos membros superiores, oferecendo-lhes uma ferramenta que lhes permita expressar sua individualidade e autoestima de maneira independente, comprovando que a beleza é e deve ser para todos”, conclui Gustavo Dieamant, Diretor Executivo do Grupo Boticário.
Ainda em testes, o aparelho tem indicações sonoras para sinalizar o início e o final da aplicação, para auxílio ao posicionamento do rosto e um display inteligente. A equipe de desenvolvimento do protótipo tem estudado outros mecanismos para torná-lo o mais acessível possível.
Eduardo Peixoto, CEO do CESAR, destaca a importância da parceria com o Grupo Boticário como mais uma experiência que se alinha diretamente à missão do centro. “Acreditamos que a tecnologia e a inclusão precisam estar super conectadas. O fruto da colaboração entre CESAR, Grupo Boticário e Neurobots resultou em um dispositivo pioneiro, capaz de impactar positivamente milhões de pessoas com deficiência. Esse grande time de especialistas somou esforços em inteligência artificial, computacional e outros conhecimentos na busca por garantir que o Batom Inteligente tenha uma usabilidade universal”, avalia.
A iniciativa está em fase de protótipo com testes em ambientes controlados. A intenção é viabilizar o protótipo em um produto. O investimento da Embrapii na iniciativa foi 42% do valor total do projeto. O batom inteligente está sendo feito para detectar diferentes tons de pele, independente de gênero e idade.
“Acreditamos no poder transformador da tecnologia, e o desenvolvimento do batom inteligente é um exemplo perfeito de como a inovação pode melhorar a vida das pessoas. Na Neurobots, nosso objetivo é aplicar nossa expertise em tecnologia para resolver problemas reais. Estamos entusiasmados com o potencial desse projeto para trazer uma mudança significativa na experiência diária de quem precisa de mais acessibilidade”, destacou Júlio Dantas, CEO da Neurobots.