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Economia circular: inovação transforma roupas em grafeno

Publicado em 28 fevereiro, 2025

Foto: Nicolás Vargas/BBC

Foto: Nicolás Vargas/BBC

Unidade Embrapii Senai ISI Eletroquímica, em parceria com Sebrae e empresa de confecção, trabalha em uma solução para reduzir o impacto ambiental e social da indústria têxtil e agregar valor ao resíduo do setor

 

Foto: Nicolás Vargas/BBC

 

O consumo desenfreado da moda transformou o lixo têxtil em uma das maiores emergências ambientais e sociais. Anualmente, 92 milhões de toneladas de peças de roupa são jogadas fora em todo o mundo — volume equivalente a um caminhão de lixo cheio de tecidos sendo despejado a cada segundo. E a situação tende a piorar: estima-se que esse acúmulo dobre até 2030. Então o que fazer com montanhas de tecidos apodrecendo nos lixões?

 

Uma tecnologia pioneira poderá transformar, como roupas velhas, retalhos e sobras de fábricas, em grafeno – material valioso usado em eletrônicos e biomedicina. A solução está sendo desenvolvida pela Unidade Embrapii Senai ISI Eletroquímica em parceria com uma empresa de confecções e com o apoio do Sebrae. O objetivo é reduzir o impacto ambiental do lixo têxtil e criar soluções sustentáveis para um dos setores que mais poluem o meio ambiente.

 

O que é essa tecnologia?

 

A inovação consiste em um processo que converte diferentes tecidos, sintéticos como o poliéster, ou naturais, como o algodão, em grafeno, um material superfino, resistente e altamente condutor de eletricidade. O grafeno é utilizado em diversas aplicações de ponta, como celulares, baterias, roupas inteligentes e até na biomedicina.

 

Atualmente, resíduos têxteis são descartados de forma irregular ou queimados, gerando poluição no solo e emissões de gases do efeito estufa. Levantamento do Sebrae aponta que, anualmente, cerca de 170 mil toneladas do lixo brasileiro são de produtos têxteis, ou seja, sobras e descartes de tecido.

 

Com essa tecnologia, esses tecidos rejeitados podem sair dos lixões e se transformarem em produtos sofisticados. Além disso, o processo pode baratear a produção do grafeno, que hoje é um material caro e de difícil obtenção.

O preço do grafeno ainda é elevado em virtude de seus complexos meios de obtenção. As técnicas mais atuais que permitem a produção de camadas puras e finas desse material funcionam com a deposição de vapor em substratos metálicos, como folhas de cobre.

Vantagens para indústria

 

– Redução do lixo e da poluição: materiais que podem ser empregados no cotidiano, evitando seu descarte inadequado

– Criação de produtos de alto valor: o grafeno gerado pode ser usado em diversas aplicações tecnológicas (aparelhos eletrônicos, painéis solares e até na biomedicina)

– Custo reduzido: a produção de grafeno a partir de resíduos têxteis pode tornar o material mais acessível.

 

O projeto já está em fase de testes e apresenta resultados promissores. A expectativa é que, em breve, a tecnologia esteja pronta para ser aplicada em escala industrial, oferecendo uma solução sustentável para o descarte de resíduos têxteis e contribuindo para a economia circular.

 

O modelo Embrapii conta com recursos do Governo Federal, por meio dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Saúde; da Educação; e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e do Sebrae para fomentar a pesquisa aplicada voltada à inovação industrial.

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