Depois da bem-sucedida experiência com os três centros de P&D que participaram de uma fase piloto – Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT, com tecnologia de materiais e alto desempenho), Instituto Nacional de Tecnologia (INT, com tecnologia química industrial) e Senai-BA/Cimatec (manufatura integrada) – a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) passa agora a contar com um conjunto bem mais diversificado de competências. Elas estão sendo introduzidas no sistema pelos dez novos centros de P&D selecionados por meio da chamada pública 01-2014, cujo resultado foi divulgado em agosto.
“Temos um escopo de competência aberto, mas sem perder o foco na especialização, que é a nossa razão de ser. Os centros de P&D precisam ter a capacidade de oferecer um aprofundamento para que as empresas possam pescar essas competências nas unidades Embrapii. E vale destacar que se tratam de competências estratégicas para o desenvolvimento nacional”, diz João Fernando Gomes de Oliveira, presidente da empresa.
No novo conjunto, há especializações em tecnologia da informação e comunicação (TIC), energia, petróleo e gás, novos materiais, polímeros, engenharia aeronáutica, entre outros temas.
A Coppe/UFRJ vai atuar como unidade Embrapii especializada em engenharia submarina, com foco em dutos e envolvendo 16 laboratórios da universidade. Segundo Segen Stefen, coordenador do laboratório de tecnologia submarina da Coppe/UFRJ, a ideia é reforçar a colaboração com empresas fornecedoras da Petrobras.
Entre os centros que dispensam apresentações, estão o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Ita), que atuará como unidade de manufatura aeronáutica, e a Fundação CPqD – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, que terá foco em comunicações ópticas.
“Trata-se da grande tendência atual em telecomunicações. Não existe internet sem fibras ópticas, que interligam equipamentos e sistemas, e estão presente nas linhas de transmissão”, justifica o presidente da Embrapii.
Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais abriga laboratórios nacionais de ciência e tecnologia
Ainda na área de TIC, há a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), que terá foco em sistemas inteligentes, fusão de automação com software para dotar máquinas, equipamentos e sistemas de inteligência. Outra com foco em automação é o Centro de Engenharia Elétrica e Informática da Universidade Federal de Campina Grande – CEEI/UFCG, que teve uma das maiores pontuações.
“A nossa seleção contou com uma parceria com a Fundação Fraunhofer, e, no caso do CEEI/UFCG, as avaliações coincidiram com as nossas. Eles foram muito bem classificados pela fundação porque são, de fato, muito competentes na área de automação”, observa Oliveira.
Ele também destaca o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, que abriga grandes laboratórios nacionais de ciência e tecnologia como o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, o Laboratório Nacional de Nanotecnologia, Laboratório de Biociências e o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol. “O CNPEM reuniu todas essas competências e propôs uma unidade Embrapii de processamento de biomassa”, diz.
Segundo Kleber Franchine, diretor geral interino do CNPEM, o centro já tem competência técnica e científica nessa área e já conta com diversos projetos de biomassa envolvendo os quatro laboratórios. “A ideia é que a inclusão como unidade Embrapii expanda os horizontes e nossa capacidade de atender a indústria, estendendo os benefícios dessas competências às empresas. Por outro lado essa atuação como unidade Embrapii nos ajuda a nos consolidarmos como centro de referência e suporte ao mercado”, observa Franchine.
Já o Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Polímeros atua há mais de 20 anos desenvolvendo tecnologia de elastômero para apoiar o Sindicato da Indústria da Borracha. Nos últimos anos, ampliou a competência para a área de polímeros, que têm sido cada vez mais utilizados pela indústria de diferentes setores. “Trata-se de um competência altamente estratégica para a competitividade do Brasil”, defende Oliveira.
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