• Série histórica aponta aceleração no ritmo de contratação e crescimento de valores alavancados
• Novos modelos de estímulo à inovação e foco em sustentabilidade marcam o décimo ano de operação da organização
A Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) chegou hoje (6) à marca de 2 mil projetos de inovação industrial apoiados desde sua fundação, em 2013. Em dez anos, a organização expandiu sua atuação, acelerou em volume de projetos contratados e ajustou a operação para manter sintonia com as demandas do mercado e impulsionar investimentos em inovação no país. Com os projetos apoiados no período, alcançou investimento global de R$ 2,83 bilhões em PDI (pesquisa, desenvolvimento e inovação) voltados à solução de desafios de produtividade e competitividade da indústria brasileira.
O total de recursos se refere ao somatório dos investimentos realizados pela Embrapii, unidades de pesquisa e empresas. A partir deste modelo de fomento, a entidade destina recursos não reembolsáveis para os projetos de inovação e arca com cerca de 1/3 do orçamento dos contratos, podendo chegar a até 50% dependendo do porte e localização de cada empresa. Ao dividir os custos do desenvolvimento tecnológico, a Embrapii estimula o desenvolvimento de pesquisa e inovação em todo país, fortalecendo e tornando mais competitiva a indústria nacional.
“Em quase dez anos de operação, a Embrapii atingiu alto grau de amadurecimento, com aceleração no ritmo de contratações de projetos que apoiam a indústria no desafio de se manter competitiva e sintonizada com as novas tecnologias. Vamos manter essa tendência oferecendo novos instrumentos e acesso cada vez mais ágil a recursos e conhecimento”, destaca o presidente interino da Embrapii, Igor Nazareth.
Consolidação do modelo
A série histórica de contratações demonstra uma trajetória de crescimento exponencial e consolidação do modelo de fomento à inovação da Embrapii, único no Brasil.
O milésimo contrato foi assinado em 24 de agosto de 2020 e representou o marco de R$ 750 milhões em recursos aplicados em projetos de inovação. Considerando-se a correção do IPCA, o montante hoje seria equivalente a R$ 920 milhões. Daquele ponto até os dois mil projetos apoiados, foi verificado um salto para R$ 2,8 bilhões alavancados.
Também foi igualmente significativa a aceleração no ritmo de contratações. A Embrapii chegou ao milésimo projeto em 2.548 dias, entre 2 de setembro de 2013 e 24 de agosto de 2020. Em média, foram 0,39 projetos por dia, ou uma contratação a cada dois dias e meio, em quase seis anos.
Agora, a organização chega a duas mil contratações em 955 dias, entre 24/8/2020 e 6/4/2023. Isso significa 1,05 projetos por dia em menos de três anos.
Vale observar que no mesmo período, o número de Unidades Embrapii passou de 13 para 96. Juntos, os centros de pesquisa formam um ecossistema importante de desenvolvimento tecnológico apoiado pela Embrapii e sua ampliação é um dos motivos que levaram à aceleração no crescimento do número de novos contratos nos últimos anos.
Áreas de aplicação
As áreas de Agroindústria/Alimentos e Saúde lideram as temáticas dos projetos apoiados pela Embrapii. Projetos em Agroindústria e Alimentos representam 12,9% dos contratos, dentro de um total de 19 áreas de aplicação. Em segundo lugar, aparece a área da Saúde que abarca 12,6% dos projetos contratados.
Em seguida, aparecem: Equipamentos para processos do setor de serviços, comércio e financeiro (9,2%); Equipamentos para processos industriais (7,6%); Indústria metalúrgica (6,6%); Telecom (6,6%); Equipamentos elétricos (6,2%) e Indústria automobilística (5,6%).
Novidades para 2023
Para este ano, a Embrapii prevê inaugurar um novo modelo de incentivo à inovação industrial. Estão em andamento quatro chamadas públicas para a criação de nove Centros de Competência em áreas estratégicas e de fronteira tecnológica, como computação quântica, segurança cibernética e realidade ampliada. Com investimento previsto de R$ 495 milhões, serão centros de pesquisa em diversas regiões do Brasil dedicados a desenvolver essas tecnologias em parceria com a iniciativa privada, além de formar e capacitar profissionais e criar ambientes de inovação aberta.
Os Centros de Competência vão tratar das áreas de hardware, Internet das Coisas – IoT, (sigla em inglês), computação quântica, tecnologias imersivas, conectividade 5G e 6G, dispositivos de comunicação, segurança da informação e terapias avançadas na área da saúde. As chamadas públicas se encerram entre maio e setembro deste ano, quando serão anunciadas as propostas vencedoras e serão firmados os contratos de 42 meses com cada Centro.
Além disso, a Embrapii está investindo na modalidade de Basic Funding Alliance (BFA), um modelo destinado a preencher uma lacuna de desenvolvimento de soluções inovadoras com nível de maturidade tecnológica menor, próximas da pesquisa básica, quando há grande risco de investimento para as empresas. O instrumento de fomento à pesquisa e inovação industrial, aplicado de forma inédita pela Embrapii, prevê recursos não-reembolsáveis para cofinanciamento de até 90% de projetos desenvolvidos por consórcios que envolvam ao menos duas Unidades Embrapii, duas empresas e uma startup.
Sustentabilidade
A Embrapii também está ampliando o foco em áreas consideradas prioritárias para a inovação sustentável como, por exemplo, bioeconomia florestal, novos combustíveis e economia circular. Os temas estão diretamente ligados à agenda de sustentabilidade adotada pela instituição, em alinhamento com os acordos globais de preservação ambiental. Atualmente, 67% dos projetos da Embrapii estão em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A prioridade é estimular projetos de inovação na região Norte do país. Em dezembro do ano passado foram credenciados mais quatro institutos de pesquisa como Unidades Embrapii, no Pará (3) e em Tocantins (1). Com isso, os projetos apoiados contarão com o reforço técnico na região de grupos de pesquisa da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Tocantins (UFT) e do Instituto Senai de Inovação (ISI) do Pará. O modelo prevê aporte de até 50% do valor dos projetos desenvolvidos na região Norte.
Vantagens da Embrapii
No modelo de apoio tradicional, voltado às empresas de maior porte, a Embrapii arca com cerca de 1/3 dos recursos dos projetos. Já os contratos firmados com pequenas e médias empresas (PMEs) e startups são assinados sob modalidade de fomento com condições diferenciadas, sendo que a organização pode aportar até 50% do valor total do projeto em recursos não reembolsáveis. Desta forma, a Embrapii divide com o empresário o risco do desenvolvimento tecnológico, impulsionando o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade tecnológica para, assim, potencializar a força competitiva dos negócios tanto no mercado interno como no internacional.
Os modelos conectam a necessidade do mercado com a pesquisa ao disponibilizar 96 centros de excelência, credenciados como Unidade Embrapii, distribuídos em todo país.
Outro diferencial da organização é a baixa burocracia na contratação de projetos, com processos ágeis e flexíveis, incluindo, na execução dos projetos.
Para ter acesso aos modelos, a empresa deve apresentar seu desafio tecnológico à Unidade com a competência técnica que se enquadra às necessidades de seu projeto. A Embrapii possui contrato de gestão com o Governo Federal, por meio dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.