Iniciada em 2011 com três projetos pilotos, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) lançou no mês passado o primeiro edital da organização para o credenciamento de novos institutos. O modelo do certame trouxe novidades na relação entre as unidades desenvolvedoras de tecnologia e inovação e o setor produtivo, passando às primeiras a responsabilidade de onde e como alocar os recursos oriundos  de entidades financiadoras. E é neste ponto que a Embrapii se destaca como catalisadora desta alteração do paradigma.

“É a unidade quem decide quais projetos serão desenvolvidos e quanto dinheiro será gasto em cada um deles. Nós não participamos desse processo. É responsabilidade das unidades negociarem com o setor industrial quais produtos e serviços serão desenvolvidos. É a unidade que vai atrás da empresa”, explicou o diretor de Planejamento e Gestão da Embrapii, José Luis Gordon, durante debate no Congresso ABIPTI 2014, nesta quarta-feira (7), em Brasília (DF), sobre o papel da Embrapii.

Um diferencial do relacionamento da entidade com as instituições científicas e tecnológicas (ICTs), em comparação com outras fomentadoras, é o investimento diretamente nas unidades, ao invés de selecionar projetos. Além disso, há obrigatoriedade de investimentos também das empresas parceiras dos ICTs, que destinam ao menos um terço do valor total do projeto.

“Acho que essa mudança de cultura é fundamental que ocorra. Ainda temos muito o que avançar, mas já alcançamos uma maturidade, uma massa crítica que nos permite ter essa corresponsabilidade. Hoje, temos um modelo que nos permite escolher o projeto. Só no fim, eles (Embrapii) vão auditar. O conteúdo inovador são as unidades, e as empresas é que vão julgar como desenvolver”, ressaltou o diretor do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Domingos Manfredi, cuja entidade compõe um dos três projetos piloto da Embrapii.

Interação

Uma visão mais ampla deste modelo foi dada pelo coordenador-geral de Serviços Tecnológicos da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jorge Mário Campagnolo. O dirigente ressaltou ser indispensável uma interação entre dois aspectos da inovação: a parte econômica e a parte da pesquisa.

“Inovação é negócio. Claro que precisamos ter o negócio, mas precisamos ter conhecimento. Nossas instituições têm que aprender a transformar essa tecnologia em negócio”, reforçou Campagnolo.

Meta

A intenção da entidade é lançar mais um edital até o fim do ano para ampliar o leque de instituições cadastradas junto à Embrapii. A projeção é de ter 23 unidades capacitadas a receberem recursos.

* Fonte e foto:  Agência CT&I

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