Cases serão apresentados durante o Congresso Internacional de Inovação da Indústria; estande da Embrapii contará com recursos tecnológicos e interativos

Como parte dos esforços para atendimento da Agenda 2030 proposta pela ONU (Organização das Nações Unidas), a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) tem ampliado o fomento às pesquisas em áreas como bioeconomia florestal, economia circular e tecnologias verdes. Levantamento realizado neste mês de setembro aponta que 93% dos projetos de inovação industrial apoiados pela instituição atendem a um ou mais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

A Embrapii irá apresentar alguns desses projetos apoiados, em cada uma das áreas de classificação dos ODS, em seu estande no Congresso Internacional de Inovação da Indústria, que ocorre nos dias 27 e 28 de setembro em São Paulo. O espaço será equipado com recursos tecnológicos para garantir ao público uma experiência interativa. As ações estão alinhadas com o tema do evento, que é Ecoinovação. 

O mapeamento mostrou que os projetos estão de acordo com 11 dos 17 ODS propostos pela ONU. Confira abaixo os cases a serem apresentados no Congresso:

ODS 2 – Fome zero e agricultura sustentável

O projeto visa desenvolver biocontroladores e processos biotecnológicos para manejo sustentável de pragas agrícolas. As pesquisas envolvem três bioinseticidas, dois biofungicidas e um bionematicida com composições de microrganismos selecionados criteriosamente para controle de pragas, fitonematoides, doenças foliares e de solo, específicos das culturas da soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. Estão sendo desenvolvidas formulações que potencializam o efeito de cada microrganismo, protegem os mesmos contra estresses ambientais e preservem a viabilidade dos ativos durante o tempo de armazenamento. 

As soluções de controle biológico desenvolvidas nesse projeto poderão resultar na alta eficácia de controle de pragas em campo. O projeto é do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA) e tem apoio tecnológico da Unidade Embrapii ESALQ (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) da Universidade de São Paulo (USP), campus Piracicaba. Estão sendo investidos mais de R$ 2,5 milhões no projeto, entre recursos da Embrapii, Unidade Embrapii e empresa.

ODS 3 – Saúde e bem-estar

O projeto prevê o desenvolvimento de prótese ortopédica a partir de componente metálico produzido com ligas de nióbio e titânio. Entre os principais diferenciais do projeto está a utilização de pós metálicos não-esféricos no processo de manufatura aditiva. Isso torna as próteses mais acessíveis, uma vez que o custo de produção de pós metálicos esféricos é significativamente maior do que o de produção de pós não-esféricos. 

Os pesquisadores produziram uma prótese ortopédica denominada placa angulada, porém a rota desenvolvida pode ser aplicada para a obtenção de qualquer componente. A pesquisa contratada pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, juntamente com a Associação de Assistência à Criança Deficiente, recebeu investimentos superiores a R$ 7 milhões. O desenvolvimento tecnológico é da Unidade Embrapii IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e tem apoio também da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

ODS 4 – Educação de Qualidade

O Notebraille é um caderno de notas digital que permite às pessoas cegas a escrita em braille e o upload dos textos para o computador ou smartphone. O dispositivo embarcado pode ser utilizado nos processos de alfabetização, ensino regular e atividades laborais por pessoas cegas. O recurso pode ser utilizado, por exemplo, em Salas de Recursos Multifuncionais e programas de formação continuada de professores na Educação Especial, tornando a educação mais inclusiva. O Notebraille poderá ser comercializado através da internet e em lojas de produtos de tecnologia assistiva e de informática.

Não há tecnologia semelhante ao Notebraille no mercado mundial, de forma que os cursos e material didático desenvolvidos poderão ser traduzidos para outros idiomas, com licenciamento e venda para outros países. O projeto é do CPDI (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) e da Inovaeye Comércio, Indústria e Serviços Tecnológicos, com apoio tecnológico da Unidade Embrapii IFCE (Instituto Federal do Ceará). A pesquisa recebeu investimento total de R$ 798 mil.

ODS 6 – Água Potável e Saneamento

O Sanesim, software voltado ao reuso de água de efluentes industriais, é fruto de uma parceria entre a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), a  startup Echoflow e a Unidade Embrapii Senai Cimatec. O método prevê a otimização de sistemas de tratamento de resíduos industriais líquidos e de distribuição de água integrados. A ferramenta pode ser empregada por engenheiros de companhias de Saneamento para auxiliar a tomada de decisão de investimento em projetos de redes de reúso de águas.

O projeto gerou pedido de patente e aplica-se a toda e qualquer empresa que possua em seus processos sistemas de coleta e tratamento de efluentes líquidos aquosos ou redes de distribuição de água. Com investimento de R$ 999 mil, a pesquisa tem forte apelo de sustentabilidade, uma vez que seu uso resulta na redução da poluição nos corpos hídricos, eliminando despejos.

ODS 7 – Energia limpa e acessível

O projeto desenvolvido pela empresa Petrogal e a Unidade Embrapii Coppe/UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) prevê a criação de biocombustíveis sustentáveis de aviação (SAFs). Inicialmente será feita a conversão catalítica de CO2 e hidrogênio verde em e-etanol para, em seguida, realizar conversão catalítica deste álcool em hidrocarbonetos que componham a oferta de biocombustível de aviação.

Ao final do projeto, será entregue um protótipo capaz de realizar com eficiência o processo de produção de e-etanol (a partir de CO2 e H2) e de combustíveis sustentáveis de aviação. A ideia é que a pesquisa ofereça subsídios para o escalonamento deste processo a nível industrial. O novo combustível terá baixa pegada de carbono e será uma alternativa ao querosene fóssil. No total, o projeto recebeu R$ 20,7 milhões entre investimentos da Embrapii, Unidade Embrapii e empresa.

ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura

Com foco na evolução da Transformação Digital através de tecnologia 5G, o projeto contempla o desenvolvimento de uma solução para rastreabilidade, monitoramento, localização e gerenciamento da movimentação de pessoas e objetos em ambiente interno. Para isso, os pesquisadores usaram tecnologias IoT, visando aplicações em diversos setores, como indústria (automotiva, química, mineração, etc.), saúde, agronegócio e logística.

Esta solução emprega o conceito de Direction Finding, disponível na tecnologia Bluetooth 5.1, capaz de realizar a localização indoor com precisão sub-metro, com a utilização de dispositivos a serem localizados, de dispositivos localizadores e um software de cálculo. A inovação tem alta precisão e baixo custo, melhorando processos de logística e monitoramento. O projeto é da Ericsson Telecomunicações e conta com apoio tecnológico da Unidade Embrapii Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações). O investimento é superior a R$ 4,7 milhões.

ODS 10 – Redução de desigualdades

O projeto tem objetivo de aperfeiçoar a interface de atendimento para pessoas com deficiência visual ou baixa visão em caixas eletrônicos. A tecnologia consiste em um sistema de inteligência artificial embarcada para sintetização de voz com prosódia natural (próxima à voz humana), controle e mixagem de mídias de áudio. O diferencial da solução concentra-se na possibilidade de sintetização local de voz natural executada em um hardware de capacidade relativamente baixa e com tempo inferior a dois segundos. Diferentemente de outras soluções, que necessitam de acesso a serviços externos (via internet ou rede) e produzem vozes de aspecto robotizado ou muito lentas.

O uso de inteligência artificial proporciona ainda uma maior riqueza de vocabulário aliada à precisão fonética, que permite criar novas mensagens a qualquer instante sem a necessidade de atualizações no sistema. Com investimento de R$ 491 mil, o projeto foi contratado pela Motorola Mobility e tem desenvolvimento tecnológico da Unidade Embrapii INDT (Instituto de Desenvolvimento Tecnológico de Manaus). 

ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis

Com foco no conceito de cidades inteligentes, o projeto visa a segurança veicular e de pedestres por meio do monitoramento de eventos de mobilidade. O grande diferencial é que os pesquisadores conseguiram treinar a Inteligência Artificial em um ambiente virtual usando dados sintéticos, com transferência de conhecimento para cenas reais. 

O sucesso no desenvolvimento de algoritmos inteligentes capazes de transferir conhecimento de uma rede neural artificial para imagens reais de cenas de segurança é o diferencial da tecnologia. A maioria dos projetos que tentam seguir essa linha não são viáveis pela falta ou pela má qualidade dos dados. O projeto é da empresa Noleak Tecnologia da Informação, com desenvolvimento da Unidade Embrapoii CEIA-UFG (Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás) e recebeu um investimento total de R$ 1,3 milhão, entre recursos da Embrapii, Unidade e empresa.

ODS 12 – Consumo e Produção Sustentáveis

O projeto consiste em um Chip de Processamento de Sinal Digital (DSP) de comunicações ópticas de alta potência e baixo consumo de energia para Data Center Interconnection (DCI), segmento que conecta dois ou mais data centers. O projeto recebeu R$ 8,7 milhões de investimentos, entre recursos da Embrapii, da empresa Idea Sistemas Eletrônicos e da Unidade Embrapii Instituto de Pesquisas Eldorado.

O diferencial da solução foi atingir taxas de comunicações óticas de altíssima velocidade e, principalmente, com baixíssimo consumo de potência, o que. é um fator crucial para a aplicação prevista em Data Centers. Esta foi a terceira implementação dessa solução que atingiu os requisitos de performance e consumo a nível mundial. 

ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima

O projeto da empresa Tupy busca a reciclagem de baterias de íon-lítio de veículos elétricos por meio do processo hidrometalúrgico. Foram desenvolvidos processos físicos e químicos para os principais tipos de baterias existentes no mercado. A partir da rota industrial, que vem sendo avaliada em escala de laboratório e semi-piloto, são obtidos produtos para diferentes mercados – compostos de lítio, cobalto, alumínio e manganês. Com investimento total de R$ 3,8 milhões, a pesquisa conta com apoio tecnológico da Unidade Embrapii Tecnogreen, localizada no Departamento de Engenharia Química da escola Politécnica da USP. 

O projeto, ao contrário das tecnologias dominantes do mercado, tem uma proposta de ser baixo carbono e menor consumo energético, além de processar todos os tipos de baterias de íons de lítio de veículos elétricos existentes no mercado em um processo flexível. A solução irá promover economia circular dos materiais presentes nas baterias de íons de lítio após uso, diminui a dependência da mineração e resulta em menos emissões de gases de efeito estufa.

ODS 15 – Vida terrestre 

O projeto prevê uma avaliação do eucalipto por meio de radiação infravermelha, reduzindo o uso de métodos destrutivos de análises. A iniciativa desenvolveu ainda produção de mudas em qualquer época do ano e com economia de espaço, por meio de clonagem. Por meio da radiação, ele consegue analisar diversas propriedades da madeira, como: teores de celulose, teores de lignina, densidade da madeira, entre outros. Essa abordagem permite avaliar a qualidade da madeira, otimizando processos industriais, seleção de materiais e controle de produção, além de reduzir a necessidade de métodos destrutivos de análise.

Além disso, foi desenvolvido um protocolo de micropropagação in vitro para ser utilizado pela empresa para formação do jardim clonal de mudas de eucalipto. A vantagem dessa tecnologia é que podemos realizar a produção de mudas durante o ano todo, num curto período de tempo, mantendo a genética da planta, além disso é possível garantir plantas sadias e livre de patógenos.  

O projeto recebeu investimento total de R$ 2,4 milhões e é desenvolvido pela empresa Eldorado Papel e Celulose juntamente com o Instituto Senai de Inovação Biomassa.

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