14/03/2017
Um grupo de 50 executivos, formado por representantes de 22 empresas e instituições parceiras, visitou, entre os dias 6 e 10 de março, as instalações de oito Institutos SENAI de Inovação e Unidades EMBRAPII no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, no Rio de Janeiro e na Bahia. A visita fez parte da 4ª edição do Programa de Imersão em Ecossistemas de Inovação, organizado pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), grupo que reúne 200 lideranças das maiores empresas brasileiras e que já visitou centros de pesquisa e desenvolvimento nos Estados Unidos, na Alemanha e no Brasil.
O objetivo das imersões é criar oportunidades ao empresariado brasileiro de atualização em relação aos temas de maior relevância para a competitividade de seus negócios, bem como estimular a cooperação em PD&I no Brasil e no exterior. Foram visitadas as Unidades EMBRAPII Lactec, em Curitiba, Tecgraf/PUC-Rio e INT, no Rio de Janeiro, e o Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), também no Rio.
Para o diretor-presidente da EMBRAPII, Jorge Guimarães, o evento é uma ótima oportunidade para mostrar ao empresariado brasileiro o que o país vem produzindo em pesquisa aplicada e inovação. “Temos vários centros de excelência em pesquisa, que muitas vezes os empresários desconhecem. Como muitas empresas não possuem centros de P&D, queremos mostrar a seus representantes que é possível aproveitar a expertise de nossas Unidades para desenvolver projetos de inovação, contando, ainda, com recursos subsidiados”, declarou. Na avaliação do diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, a imersão vai estimular as empresas participantes a investir cada vez mais em inovação. “Nesta visita, temos um conjunto de empresas que estão descobrindo soluções e serviços que elas importavam ou faziam internamente com custo mais alto, além de oportunidades que não tinham condições de realizar em suas áreas de desenvolvimento. Seguramente, com esta visita, os empresários estão ampliando e instrumentalizando as estratégias empresariais de inovação”, avaliou Lucchesi.
A série de visitas começou na cidade de São Leopoldo (RS), onde estão instalados os Institutos SENAI de Inovação em Engenharia de Polímeros, também Unidade EMBRAPII, e em Soluções Integradas em Metalmecânica. Os empresários conheceram equipamentos e tecnologias de última geração disponíveis, como um robô colaborativo sensitivo, que trabalha com seres humanos e possui sensores que impedem que ele colida com pessoas ou outros robôs. Em Joinville (SC), os visitantes conheceram a estrutura do Instituto SENAI de Inovação em Laser, o único da América Latina dedicado à pesquisa e desenvolvimento de produtos e soluções com essa tecnologia. Tiveram acesso ainda a equipamentos e produtos desenvolvidos no Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura, como uma máquina que automatiza o processo de entrega de cápsulas de café expresso e uma impressora 3D de metais com tecnologia totalmente nacional – os equipamentos disponíveis no Brasil atualmente são importados.
Em Curitiba, o grupo visitou o Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica e a Unidade EMBRAPII Lactec, credenciada para atuar em projetos na área de Eletrônica Embarcada. No Rio de Janeiro, os empresários puderam conhecer a Unidade Tecgraf/PUC-Rio, credenciada para atuar em projetos na área de Soluções Computacionais em Engenharia, e o Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes). A semana terminou na Unidade EMBRAPII Cimatec, em Salvador, um dos mais avançados centros de educação, tecnologia e inovação do Brasil. Em uma área de 35 mil metros quadrados estão integrados uma escola técnica, um centro tecnológico e uma faculdade operando de forma conjunta. Entre os projetos em destaque, está o Flatfish, robô subaquático autônomo destinado à inspeção em 3D de dutos de exploração de petróleo e gás em águas profundas. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Shell. A Unidade já desenvolveu projetos na ordem de R$ 180 milhões, com mais de 60 patentes registradas.
Os participantes da comitiva elogiaram a estrutura e a competência das equipes dos centros de pesquisa e desenvolvidos conhecidos. “Fiquei bem contente com que vi durante as visitas, os centros de excelência que temos no Brasil e como fazem a ponte com as universidades a fim de realmente responder às demandas no prazo necessário para as empresas”, avaliou a gerente de NPD (New Product Development) da Avon, Cristiane Miyazato. Ela é responsável neste momento pela montagem de um centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa no Brasil, que entrará em operação até o fim do ano com cerca de 50 pessoas. “O centro de pesquisa e desenvolvimento que estamos instalando no Brasil será o primeiro fora da matriz nos Estados Unidos. Mesmo tendo nossos pesquisadores, não somos experts em todas as áreas, e por isso é importante ter parcerias”, declarou.
Alguns executivos das empresas integrantes da imersão já aproveitaram para estabelecer contatos em busca de parcerias com os institutos visitados. “Percebemos como esses centros estão preparados, não apenas com capital humano, como estruturalmente esses laboratórios estão montados. Já estabeleci contato com alguns dos institutos para tentarmos firmar uma parceria. Parceiros como os Institutos do SENAI e outras Unidades EMBRAPII fortalecem a nossa capacidade de inovar”, explicou o gerente de inovação industrial da Grendene, José Rocha Gomes Filho. “O que eu vi de laboratórios, de tecnologia, principalmente das pessoas que estão à frente dos institutos foi o que mais me surpreendeu, além de já ter identificado algumas oportunidades de levar para aplicação na minha empresa, especialmente em relação à nanotecnologia”, elogiou o vice-presidente industrial da Coteminas, João Batista Lima.
Com informações da Confederação Nacional da Indústria