Algumas das grandes empresas dos setores do Petróleo e Gás, e da Metalurgia contam, em seus processos, com peças impressas em 3D desenvolvidas no Centro para Pesquisa e Desenvolvimento de Processos de Soldagem e Manufatura Aditiva (Laprosolda). O laboratório é parte da Unidade Embrapii FEMEC/UFU e completa 31 anos de atividade em abril.
Ao longo desses anos, a atuação do Laprosolda o tornou referência nacional em manufatura aditiva com metal ao criar os métodos, o equipamento e o software para transformar o desenho 3D do material em peça.
De acordo com o coordenador do laboratório, Louriel Vilarinho, a tecnologia em manufatura aditiva poderá atender desde a pequena oficina mecânica, até a indústria de produção em alta escala. “Isso representa um avanço frente a fabricação convencional. Em relação aos custos, podemos ver sob diferentes pontos de vista: se você precisar da cópia de um documento na hora, não importa se custa R$0,10 ou R$10, você irá fazer a cópia. No futuro, a impressão 3D entraria em nichos onde a fabricação comum não entraria, aí o custo seria acessível”, disse.
Neste sentido os pesquisadores têm investido no ciclo completo para utilização de uma peça de metal produzida em 3D. Não basta imprimir é preciso conhecer, por exemplo, o material que está sendo usado para a impressão da peça, a melhor técnica para a impressão (printabilidade) e a qualidade do produto final dentro da finalidade de uso.
Entre os parceiros no desenvolvimento de projetos estão a Petrobras e indústrias da metalurgia. “Olhando a atuação desta unidade, em um horizonte de seis anos, observa-se a realização de 22 contratos com diferentes empresas, resultando no desenvolvimento de tecnologia para o setor e, também, promovendo inovação. Este benefício é muito importante para a indústria brasileira, colocando nossas empresas em condições de produzir para o nosso país e de competir internacionalmente em condições tecnológicas mais favoráveis”, comenta o reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Valder Steffen Júnior.
O Laprosolda surgiu da necessidade do desenvolvimento da tecnologia da soldagem e atua em conjunto com o Laboratório de Tecnologia em Atrito e Desgaste (LTAD), compondo a Unidade Embrapii FEMEC/UFU Tecnologias Metalmecânicas. Os pesquisadores do LTAD somam às pesquisas do Laprosolda desenvolvendo ensaios de fadiga, de tração, CTOD, charpy, entre outros, uma integração e interdisciplinaridade que fortalecem toda a sociedade e economia nacionais. “A vocação desta unidade abrangendo um elenco de empresas muito expressivo promove um reflexo significativo na geração de emprego e renda. Concluindo, vemos caracterizados em nossa unidade Embrapii os três pilares da universidade pública, ou seja, o ensino, a pesquisa e a extensão”, reforça o Steffen Júnior.
Ao longo das três décadas de atuação, o laboratório construiu uma infraestrutura física e de pessoal com mais de uma centena de equipamentos, 160 mestres, doutores e pós-doutores, além de centenas de alunos de iniciação científica, com 1.200 artigos publicados em periódicos e eventos, 104 de pedidos de inovação e diversos livros publicados.
*Com informações de Cristiane de Paula, da FEMEC/UFU