04/03/2016
Um atento grupo de 85 empresários e pesquisadores esteve presente na manhã de ontem (03/03), em São Paulo, para conhecer o modelo de financiamento não reembolsável da EMBRAPII para projetos de inovação industrial. A 1ª Rodada de Oportunidade de Negócios em Biotecnologia foi realizada no auditório da Unidade IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).
As três Unidades EMBRAPII recém-credenciadas para pesquisas em Biotecnologia (IPT, Rema/UFSC e Embrapa Agroenergia) apresentaram sua estrutura e linhas de atuação. É a primeira vez que a EMBRAPII destina recursos à área, no valor total de R$ 87,7 milhões. Desse montante, R$ 29 milhões vêm da organização, enquanto o restante é dividido entre a Unidade e a empresa interessada no projeto.
A Unidade IPT, que já trabalha na área de Materiais de Alto Desempenho, irá atuar no desenvolvimento e escalonamento de processos biotecnológicos, o que inclui biofármacos, farmoquímicos, biomateriais, bioquímica de renováveis, biotecnologia ambiental, biodispositivos e biossenssores. Seu grande diferencial é a multidisciplinaridade, pois reúne 12 centros tecnológicos com capacitações variadas. “No IPT é possível contar com diversas competências no mesmo projeto em uma atuação combinada, o que favorece a indústria”, afirmou a pesquisadora do IPT, Natalia Cerize.
A Embrapa Agroenergia foi apresentada pelo coordenador geral da Unidade, Bruno Brasil. Ela irá atuar na área de bioquímica de renováveis, com foco em biocombustíveis. Entre suas soluções tecnológicas estão o desenvolvimento de microrganismos para produção de biocombustíveis e geração de energia, enzimas de origem microbiana para uso industrial e processos enzimáticos para transformação de biomassa e derivados.
Biotecnologias ambientais são a área de competência do Núcleo Ressacada de Pesquisas em Meio Ambiente (Rema/UFSC). O professor Henry Xavier Corseuil apresentou a unidade relatando casos de sucesso, como o software Solução Corretiva Baseada no Risco, único simulador de risco no mundo a considerar o efeito do etanol em derramamentos de gasolina. O Rema atuará com biorremediação, tratamento de resíduos, modelagem matemática de áreas contaminadas e biomonitoramento.
Outra Unidade que já trabalha com processamento de Biomassas, o CNPEM, também esteve presente e mostrou aos presentes a sua abrangência, que reúne laboratórios de luz síncrotron, de biociências, de nanotecnologia e de tecnologia de bioetanol. A Unidade oferece soluções em processamento de biomassa, tanto no desenvolvimento de materiais avançados oriundos de biomassa como no processamento e aproveitamento energético de biomassas.
CRISE – O diretor-presidente da EMBRAPII, Jorge Guimarães, fez um balanço da atuação da EMBRAPII em 2015 e disse que os segmentos de aeronáutica e metalmecânica foram os responsáveis pela maior parte dos projetos firmados no período. Foram 72 projetos no valor total de R$ 126 milhões. Segundo ele, esses segmentos foram os destaques porque são áreas em que havia competências estabelecidas e possuíam experiência em parcerias com institutos de pesquisas e universidades. “A Embraer, por exemplo, está com diversos projetos em andamento conosco em diferentes linhas de atuação. Isso é um sinal positivo porque comprova que a empresa gostou da experiência. Quando os resultados são positivos, as empresas voltam a investir”, afirmou. O diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, ressaltou a importância da parceria com a EMBRAPII nos últimos três anos para o crescimento significativo de atividades técnicas associadas à inovação, que responderam, em 2015, por 30% da receita total do instituto. “Estamos conseguindo atravessar a crise graças ao crescimento da relação com as empresas associadas à EMBRAPII, cuja linha de atuação estava anteriormente dedicada ao tema de novos materiais e, agora, em biotecnologia”, declarou.
Ao final das apresentações, os participantes conheceram as instalações do Núcleo de Bionanomanufatura e as equipes das quatro novas unidades Embrapii ofereceram atendimento aos interessados para a discussão de projetos.
Com informações do IPT