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Publicado em 20 agosto, 2025
O presidente da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), Alvaro Prata, participou, na manhã desta quarta-feira (20), de audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados. Ele apresentou os resultados da instituição ao longo dos anos e detalhou o planejamento e as propostas para 2025. “Temos como missão levar inovação às empresas, e o insumo mais importante para isso é o conhecimento científico”, destacou Prata ao explicar a aproximação da indústria com os centros de pesquisa que formam a rede de Unidades Embrapii, responsável pela elaboração de projetos que atendam às demandas empresariais. “Esses projetos se tornam inovação e impactam a sociedade”, concluiu.
Atualmente, a Embrapii conta com 91 unidades, distribuídas pelas cinco regiões do país, que enfrentam os desafios tecnológicos das empresas. “Essa aproximação é direta e pode acontecer a qualquer momento. O tempo médio de negociação é de 30 a 60 dias, de forma ágil, sem burocracia e com grande flexibilidade, sempre focado em resultados”, pontuou. Também foi apresentado o modelo de compartilhamento de custos e riscos, com o investimento de recursos não reembolsáveis. “Para um projeto de R$ 600 mil, por exemplo, a Embrapii investe um terço do valor, e a Unidade, outro terço.” Quando se trata de micro ou pequena empresa, uma parceria com o Sebrae garante o aporte de 70% do valor.
O modelo operacional bem-sucedido da Embrapii foi traduzido em números na apresentação de Alvaro Prata. Em 12 anos de atuação, foram investidos R$ 6,52 bilhões em 3.427 projetos contratados, resultando em 1.328 pedidos de Propriedade Intelectual. Nesse período, 2.328 empresas foram atendidas, sendo 63% delas micro e pequenas empresas. “A Embrapii não faz distinção entre valores de projetos ou tamanhos de empresas”, afirmou Prata. Entre 2020 e 2024, houve um crescimento médio de 35% no valor investido. “A expectativa é que cresçamos ainda mais em 2025, tanto em orçamento quanto em projetos contratados.”
Prata apresentou exemplos de diferentes áreas para ilustrar a capacidade de atuação dos centros de pesquisa, como o projeto de reciclagem de baterias de íon-lítio desenvolvido pela Unidade Embrapii USP-Tecnogreen, em parceria com a empresa Tupy. “Já na área da saúde, temos o projeto de uma nova geração de moléculas com ação anticâncer, a partir de produtos naturais da biodiversidade brasileira”, destacou, referindo-se à iniciativa da Unidade Embrapii CNPEM em parceria com a empresa Aché.
Prata também explicou como funciona a rede de Centros de Competência da Embrapii, que atualmente atua em nove áreas de fronteira. “Há demandas surgindo em áreas em que ainda não temos competência estabelecida, como Computação Quântica, Agricultura Digital e tecnologias avançadas em saúde. Nosso objetivo é desenvolver essas competências”, afirmou. O presidente aproveitou a ocasião para destacar os anúncios do Ministério da Saúde, em parceria com a Embrapii, para credenciar seis novas Unidades Embrapii na área da saúde, com ênfase em química medicinal, biofármacos, dispositivos médicos e saúde digital. Ele também anunciou a criação do novo Centro de Competência em RNA mensageiro e os Projetos de Alto Impacto na área da saúde.
A participação de Prata na audiência pública foi resultado de um convite do presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), que assinou o primeiro contrato de gestão do Ministério da Saúde com a Embrapii, em 2018, quando era ministro da pasta. “Elogio a Embrapii pela sua busca por resultados e pela aplicação correta dos recursos públicos, garantindo que cada centavo aplicado traga o retorno que a sociedade espera”, declarou o deputado. “Gostaria de agradecer a esta Casa, a Câmara dos Deputados, pelo esforço em manter o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) disponível para financiar a inovação, que vai alavancar muitos outros projetos”, disse Prata, ao lembrar que parte do orçamento da Embrapii vem do FNDCT.
A Embrapii é uma organização social que atua em cooperação com instituições de ciência e tecnologia, públicas ou privadas, para atender ao setor empresarial e fomentar a inovação na indústria. Para isso, conecta centros de pesquisa e empresas, compartilhando os custos da inovação por meio do aporte de recursos não reembolsáveis em projetos voltados à introdução de novos produtos e processos no mercado. Para ter acesso ao modelo, a empresa deve apresentar seu desafio tecnológico à Unidade Embrapii com a competência técnica adequada às necessidades do projeto.A Embrapii possui contrato de gestão com o Governo Federal, por meio dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Educação; da Saúde; e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Além disso, mantém parcerias com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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