Embrapii, MEC e BNDES autorizam funcionamento de três novas Unidades Embrapii no Pará com R$ 8,4 milhões. A iniciativa faz parte de uma série de ações para estímulo à inovação na região Norte do país
O Norte do Brasil ganha reforço no ecossistema de inovação. A Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), o Ministério da Educação (MEC) e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) assinam nesta terça-feira (30) o termo de cooperação que autoriza o funcionamento de três novas Unidades Embrapii no estado do Pará. Serão investidos R$ 8,4 milhões nas Unidades, que atuarão em áreas como tecnologias de produtos florestais amazônicos, desenvolvimento sustentável da fruticultura na Amazônia e economia circular na mineração.
As novas unidades credenciadas pela Embrapii são a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Instituto Senai de Inovação (ISI) em Tecnologias Minerais. O credenciamento foi publicado em dezembro de 2022 e foi realizado por meio de parceria entre a Embrapii, o BNDES e o MEC.
Agora, as assinaturas dos termos de cooperação garantem o início do funcionamento das atividades. O credenciamento é o que permite ao centro de pesquisa a inserção no ecossistema Embrapii de inovação e, assim, possa impulsionar o desenvolvimento de tecnologias apoiadas com recursos não reembolsáveis. Com isso, a região ganha reforço técnico para novos projetos de pesquisa.
Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa)
A Unidade Embrapii UFOPA vai atuar na área de tecnologias de produtos florestais amazônicos. A universidade vem realizando atividades em PD&I de produtos florestais a partir de bioprodutos lenhosos e não lenhosos, sejam eles oriundos de processos residuais ou não, em cooperação com pequenas e médias empresas da região Oeste do Pará. O intuito é tornar possível o desenvolvimento socioeconômico regional a partir da bioeconomia, com modelos de negócios sustentáveis e que geram impacto social.
A equipe é composta por nove doutores e oito mestres. A Unidade Embrapii terá sede no Laboratório de Tecnologia da Madeira (LTM), ocupando uma área de aproximadamente 360m², dividida em 10 salas que funcionam como sub-laboratórios integrados que trabalham de maneira integrada, sendo considerada uma das melhores estruturas do Norte e Nordeste para bioprodutos florestais. O laboratório conta com infraestrutura de ponta com xiloteca/macroscopia, sala de microscopia, prensas automatizadas que permitem ensaios em madeira, sala de desenvolvimento farmacotécnico e cosmético.
Universidade Federal do Pará (UFPA)
A Unidade Embrapii UFPA terá atuação focada no desenvolvimento sustentável da cultura de frutas na Amazônia A equipe é composta por 33 doutores e sete mestres. O grupo atua no desenvolvimento de métodos adequados para o processamento do açaí e mais recentemente com a produção de cacau na Amazônia.
A infraestrutura inclui quatro laboratórios no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá – Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA); Laboratório de Óleos da Amazônia (LOA); Centro de Estudos Avançados da Biodiversidade (CEABIO); e Núcleo de P, D &I em Telecomunicações, Automação e Eletrônica (LASSE) – e dois laboratórios no setor básico do campus de Belém – Ecologia e Toxicologia Humana. No total, são mais de 5,4 mil m2.
Instituto Senai de Inovação (ISI) em Tecnologias Minerais
A Unidade Embrapii do Instituto Senai de Inovação em Tecnologias Minerais (ISI-TM) terá a missão de aumentar a competitividade das indústrias através da inovação e acelerar a transformação da mineração para uma economia de baixo carbono, sustentável, ambientalmente e socialmente segura. A atuação será focada na área de Economia Circular na Mineração, com foco na utilização de resíduos de mineração na agricultura e de resíduos de mineração em outras cadeias produtivas.
Localizado em Belém (PA) e com sede própria em um prédio de 3 mil m², o ISI-TM possui laboratórios com infraestrutura completa para Análises Térmicas e Caracterização de Materiais Infraestrutura; Tratamento de Resíduos e Efluentes; Biotecnologia Mineral e Infraestrutura e Segurança na Mineração. A Unidade conta com equipe de pesquisa composta por 16 colaboradores fixos, entre mestres e doutores, e quatro bolsistas de iniciação científica.
O credenciamento do Instituto possibilitará o desenvolvimento de projetos mais disruptivos para o setor mineral, sobretudo no que se refere à implementação dos conceitos de economia circular e sustentabilidade na mineração, através da reutilização e valorização de resíduos e estéreis da mineração como matérias-primas para o desenvolvimento de novos produtos para a agricultura, construção civil, siderurgia e outras cadeias industriais. O ISI-TM faz parte de uma rede de 28 institutos Senai de Inovação, sendo que 18 deles já compõem o ecossistema de inovação da Embrapii.
Investimentos no Norte
A Embrapii já apoiou 35 empresas da região Norte do país no desenvolvimento de um total de 52 projetos de inovação tecnológica. Destes, 15 estão concluídos e resultaram em oito pedidos de propriedade intelectual. O investimento alavancado chegou a R$ 89,13 milhões.
Para ampliar os projetos de inovação na região Norte, a Embrapii credenciou mais quatro institutos de pesquisa como Unidades Embrapii. A Universidade Federal do Tocantins (UFT) foi credenciada juntamente com as outras três ICTs do Pará, somando um investimento total de R$ 9,6 milhões.
Outra ação importante de apoio às empresas do Norte é o programa Inova+ Indústria Digital e Sustentável, parceria da Embrapii com o BNDES. A iniciativa disponibiliza R$ 30 milhões para empresas da região Norte desenvolverem projetos na área de Bioeconomia Florestal.
O recurso é parte dos R$ 145 milhões disponibilizados pelo programa para estimular a inovação industrial em sete áreas estratégicas, entre elas, bioeconomia florestal. O objetivo é o desenvolvimento tecnológico do Norte do país, com foco especialmente em ações de sustentabilidade.
Por meio dessa parceria, empresas de grande porte, com Receita Operacional Bruta (ROB) superior a R$ 90 milhões, recebem até 1/3 do valor dos projetos em recursos. Já startups e MPEs, ou projetos cooperativos que envolvam ao menos uma empresa com ROB inferior a R$ 90 milhões, podem ser beneficiadas com até 50% do valor do contrato.
Para estimular a inovação no Norte, as empresas da região também podem receber até 50% do valor dos contratos, independente da receita operacional. Os investimentos provenientes do BNDES são repassados pela Embrapii de forma desburocratizada, sem necessidade de publicação de edital. Os recursos são não reembolsáveis.
Sobre a Embrapii
A Embrapii é uma organização social que atua em cooperação com instituições de pesquisa, públicas ou privadas, para atender ao setor empresarial, com o objetivo de fomentar a inovação na indústria. Para isso, conecta pesquisa e empresas, e divide riscos, ao aportar recursos não reembolsáveis em projetos que levem à introdução de novos produtos e processos no mercado. Para ter acesso ao modelo, a empresa deve apresentar seu desafio tecnológico à Unidade com a competência técnica que se enquadra às necessidades de seu projeto.
A Embrapii possui contrato de gestão com o Governo Federal, por meio dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.