O projeto apoiado pela Embrapii é parte de uma iniciativa maior para a criação da primeira estação de abastecimento do mundo

O uso do hidrogênio como combustível menos poluente e fonte de energia limpa tem tomado cada vez mais espaço no debate sobre como reduzir a emissão de CO2 no meio ambiente. De olho nisso, a Embrapii e a empresa Marcopolo trabalham juntas com intuito de colocar para rodar, em dezembro deste ano, três ônibus movidos a hidrogênio à base do etanol, dentro do campus da USP. O desenvolvimento tecnológico tem apoio da Unidade Embrapii Poli/USP Powertrain.

Segundo o professor Agenor de Toledo Fleury, coordenador da Unidade Embrapii, o projeto, que tem o investimento de cerca de R$ 700 mil, começou a ser executado em abril. Ele consiste em reformar três veículos doados pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbanos de São Paulo) e testá-los com o uso do combustível produzido no campus universitário. 

O coordenador adjunto do projeto, Marco Barreto, destaca a importância da iniciativa. “Se olharmos estrategicamente, o hidrogênio é uma rota do futuro que temos visto em boa parte dos países. O Brasil tem um grande potencial nisso e ter desenvolvido o veículo, neste caso o ônibus, com todas essas tecnologias baseadas na pesquisa, é importante para que a gente acumule o conhecimento tecnológico e continue na evolução deste caminho de descarbonização”, afirma.

Em agosto, o Governo do Estado de São Paulo anunciou o lançamento da primeira estação de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol do mundo, parceria da USP com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e empresas privadas do segmento.

A estrutura inclui um complexo com edifícios, instalações e maquinário, tudo projetado para gerar uma quantidade de 5 kg/hora de hidrogênio e que deverá iniciar seu funcionamento nos primeiros seis meses de 2024. Essa produção será destinada a alimentar o trio de ônibus gerido pela Unidade Embrapii Poli/USP Powertrain, todos operando com células a combustível, que internamente converte o hidrogênio em eletricidade para propulsão. “O custo de uma carga de hidrogênio é 10 vezes menor do que usando o combustível comum e com emissão zero de carbono”, destaca o professor Fleury. 

As vantagens desse método incluem também a possibilidade de utilizar etanol produzido a partir de fontes renováveis, como biomassa, e a capacidade de armazenar e transportar hidrogênio de maneira mais conveniente do que o próprio gás de hidrogênio. Além disso, o dióxido de carbono produzido durante o processo pode ser capturado e armazenado, ajudando na redução das emissões de gases de efeito estufa.

A previsão é de que o primeiro dos três ônibus comece a rodar no campus ainda no final deste ano – com o hidrogênio comprado, para teste, e, em 2024, os outros dois já utilizem o combustível produzido na USP.

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