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Uma composteira de grande porte, com capacidade de processar até cinco toneladas de resíduos orgânicos por dia, será instalada na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em novembro, em Belém do Pará. A previsão é que sejam processadas cerca de 180 toneladas ao longo do evento. A tecnologia foi desenvolvida pela Unidade Embrapii Itec, vinculada à Universidade Federal do Rio Grande (Furg), a partir da demanda da startup gaúcha Igapó, dedicada ao tratamento eficiente e ambientalmente responsável de resíduos orgânicos. A empresa foi selecionada pelo Global Methane Hub, em parceria com o Instituto Pólis, para instalar o equipamento, que permanecerá na cidade como legado.

Tecnologia própria e patenteada pela Igapó, a composteira tem sistema totalmente mecanizado, o que facilita o processo de transformar o resíduo em adubo orgânico de alta qualidade, reduzindo o envio a aterros e possibilitando a concretização da economia circular. “Essa solução conta com um sistema composto por hardware e software embarcados no tambor giratório (sistema móvel) e minhocário (sistema fixo), a partir dos quais são geradas as curvas de operação, contribuindo com a produção de adubo orgânico”, explica o coordenador da Unidade Embrapii Itec-Furg, Rodrigo Azzolin.

As variáveis são medidas, microprocessadas e disponibilizadas em tempo real através de display de interface com o operador. Um sistema Web armazena as informações e permite a visualização de gráficos com comportamento dinâmico das variáveis de interesse para que o operador possa atuar de forma mais precisa no sistema. “Além disso, será gerado um relatório de sustentabilidade com equivalência de redução de emissão de carbono para a massa de matéria orgânica processada”, conclui Azzolin.

A composteira que será enviada para COP30 está em fase de finalização e será transportada pré-montada em dois caminhões do Rio Grande do Sul até a capital paraense. Uma equipe técnica da startup acompanhará a instalação e operação no local. “Será um grande desafio logístico e também uma oportunidade histórica para mostrarmos o potencial da compostagem como alternativa sustentável e economicamente viável”, destaca o fundador da Igapó, Artur Ferrari. A previsão é que, até o início de 2026, o sistema esteja pronto para comercialização integrada às composteiras.

Sobre a Igapó

Fundada em Porto Alegre, a Igapó já tratou mais de 250 toneladas de resíduos orgânicos, com composteiras em operação em instituições na capital gaúcha. A tecnologia, que vai de modelos escolares a equipamentos industriais de 150 toneladas/mês, alia impacto ambiental à viabilidade econômica, reduzindo custos de aterro e gerando receita com a produção de adubo.

Sobre a Embrapii

A Embrapii é uma organização social que atua em cooperação com Instituições de Ciência e Tecnologia, públicas ou privadas, para atender ao setor empresarial e fomentar a inovação na indústria. Para isso, conecta centros de pesquisa e empresas, compartilhando os custos da inovação ao aportar recursos não reembolsáveis em projetos que levem à introdução de novos produtos e processos no mercado. Para ter acesso ao modelo, a empresa deve apresentar seu desafio tecnológico à Unidade Embrapii com a competência técnica que se enquadra às necessidades do projeto.

A Embrapii possui contrato de gestão com o Governo Federal, por meio dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Além disso, possui parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com informações do Igapó e Itec – Furg