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Objetivo é que o país possa internalizar conhecimento, formar talentos e fortalecer autonomia, acelerando a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) em responder às emergências sanitárias futuras

Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e Ministério da Saúde anunciam chamada para credenciar o primeiro Centro de Competência em RNA mensageiro (mRNA) do país, com investimento de R$ 60 milhões. A iniciativa representa um passo decisivo e inédito rumo à autonomia na produção de vacinas e terapias. A estrutura será referência em pesquisa, formação e inovação, com foco em imunizantes e outros tratamentos baseados em mRNA, como os utilizados na pandemia de Covid-19. As ICTs têm até o dia 26 de agosto para submeter proposta. As dúvidas de como se candidatar poderão ser elucidadas em webinar no 30 de julho, às 15 horas, no canal da Embrapii no YouTube.

O presidente da Embrapii, Alvaro Prata, destaca que os proponentes devem articular outras instituições de ciência e tecnologia interessadas em co-participar das ações, em uma atuação em rede. “Estamos exigindo também que ao menos uma dessas instituições envolvidas seja sediada fora do Brasil, em um país reconhecidamente líder tecnológico nesta área, para garantir parcerias que acelerem a internalização dessas competências no país”, explica. 

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o novo centro de competência é uma oportunidade para atrair investimento internacional e transferir tecnologia para a produção brasileira, fortalecendo a soberania nacional na produção de medicamentos e baixando os preços. “É para isso que a Embrapii tem recursos para financiar, contratar pesquisadores internacionais e investir em centros de pesquisas mais ágeis que permitam que a gente possa atrair esses pensadores”, afirma.

Além de acelerar o desenvolvimento nacional de vacinas e terapias inovadoras, o centro de competência vai ampliar a formação de profissionais e estabelecer parcerias com startups, universidades, empresas e ICTs nacionais e internacionais. O projeto será executado pela Embrapii e integra as ações da estratégia nacional para o desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis). “A ação marca a entrada do Brasil na corrida global por autonomia em biotecnologia avançada, com foco na produção nacional, redução da dependência e na resposta rápida a pandemias”, explica a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Fernanda De Negri.

RNA mensageiro

A tecnologia de mRNA, usada pela primeira vez em vacinas durante a pandemia de Covid-19, utiliza um RNA sintético que faz com que o organismo produza uma proteína do vírus, estimulando a resposta imunológica. Diferente das vacinas tradicionais – que usam o próprio agente infeccioso inativado ou atenuado –, o mRNA ensina o corpo a se defender sem expô-lo diretamente ao micro-organismo.

Pacote estratégico para a saúde 

O conjunto de investimentos em inovação, que totaliza R$ 150 milhões, foi anunciado pela Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e pelo Ministério da Saúde, no dia 25 de julho, durante o evento Saúde Estratégica Brasil – Américas, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Chamadas para novas Unidades Embrapii e Projetos de Alto Impacto em saúde também foram anunciadas. Com a contrapartida de empresas e Instituições Científicas Tecnológicas (ICTs), os investimentos podem movimentar até R$ 240 milhões.

Sobre a Embrapii

A Embrapii é uma organização social que atua em cooperação com Instituições de Ciência e Tecnologia, públicas ou privadas, para atender ao setor empresarial e fomentar a inovação na indústria. Para isso, conecta centros de pesquisa e empresas, compartilhando os custos da inovação ao aportar recursos não reembolsáveis em projetos que levem à introdução de novos produtos e processos no mercado. Para ter acesso ao modelo, a empresa deve apresentar seu desafio tecnológico à Unidade Embrapii com a competência técnica que se enquadra às necessidades do projeto. A Embrapii possui contrato de gestão com o Governo Federal, por meio dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Educação; da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Além disso, possui parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).