No Dia Internacional da Mulher, a EMBRAPII apresenta uma série de entrevistas com mulheres que fazem a diferença no segmento da Inovação! Hoje, você conhece a história de Marina De Arruda Camargo Danes, da Unidade EMBRAPII de Agricultura Digital.

Marina De Arruda Camargo Danes trabalha, há 12 anos, desenvolvendo pesquisa, inovação e recursos humanos para solucionar problemas da nutrição de bovinos e torná-la mais eficiente e sustentável. Seu envolvimento na pesquisa, no entanto, estava longe dos planos iniciais, quando entrou na faculdade de Engenharia Agrônoma. “Tinha aquela “certeza” de que queria trabalhar em fazendas”, conta.

Já formada, sentia ainda muita curiosidade e voltou para Academia. No Mestrado, teve a oportunidade de participar de uma pesquisa aplicada e ver o resultado ser utilizada no mundo real, pelos produtores de leite. Seguiu para o doutorado nos EUA, em uma das universidades mais importantes do mundo em pecuária leiteira, e conduziu pesquisa na área de mecanismos responsáveis pelas respostas observadas no animal.

A combinação das duas experiências consolidou sua paixão pela pesquisa e sua capacidade de buscar soluções para problemas da agropecuária. Hoje, é professora da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Unidade EMBRAPII de Agricultura Digital, onde tem o desafio de desenvolver tecnologias sustentáveis e competitivas para a agroindústria.

Qual foi seu momento de ‘virar a chave’ e ter interesse em atuar como pesquisadora?

Durante a graduação, nunca me preparei para uma carreira de pesquisadora. Tinha aquela “certeza” de que queria trabalhar em fazendas. Quando me formei, trabalhei por dois anos em uma empresa de mídia especializada em pecuária, que me permitiu desenvolver minhas habilidades de comunicação e profissionalismo, mas sentia falta de explorar minha curiosidade. Fui para o mestrado porque queria estudar mais, aprender mais. Me senti muito realizada já no mestrado, mas foi no doutorado nos EUA, quando tive contato com outra cultura científica, que meus sonhos se ampliaram e eu pude sentir o tamanho do impacto que a geração de conhecimento e a tradução disso em tecnologias que resolvem problemas podiam ter. Essa universidade em que eu estava produziu várias das tecnologias que são até hoje utilizadas na produção de leite. E eu via como era a rotina, como as pessoas respiravam aquilo, como se conectavam com a realidade do produtor para entender a fundo suas necessidades. A convivência nessa cultura, e o contato diário com grandes mestres, foi sem dúvida minha grande inspiração.

Quais os maiores desafios enfrentados na sua carreira como uma mulher pesquisadora?

Apesar de estar em uma área tradicionalmente masculina, nunca tive a sensação de que minhas escolhas eram limitadas pelo meu gênero. Para mim nunca teve “isso eu não posso fazer porque sou mulher”. Inclusive nas atividades que exigiam força física, eu sempre achava um jeito. Então, durante a minha formação como pesquisadora, os desafios foram os enfrentados pela maioria das pessoas. O maior desafio profissional e relacionado a ser mulher foi quando me tornei mãe. Compartilhar o tempo, o corpo e a cabeça entre dois papeis tão importantes para mim gerou desequilíbrio e desgaste em alguns momentos.

O que você falaria para uma menina recém-chegada na universidade e que tenha interesse na área de pesquisa?

Não tem nada que você não possa fazer. Não limite seus sonhos. Procure o que faz seu coração cantar e te dá borboletas na barriga. Se tiver medo, finge que tem coragem e vai com medo mesmo.

Como você incentiva que mais meninas se interessem pela área da ciência, tecnologia e inovação?

Acredito que a melhor forma de incentivo é o exemplo. Sou muito privilegiada de, além de ser pesquisadora, ser professora e orientadora. Isso me dá oportunidade de impactar a vida de muitos jovens todos os dias e é uma grande responsabilidade. Como professora, tento proporcionar experiências que os permitam sentir a realização de usar conhecimento para resolver problemas, construir, criar. Para minhas orientandas, tento mostrar com minha própria experiência que é possível conciliar tudo, que nós devemos sim buscar posições de liderança e que quando estivermos nelas podemos mudar algumas coisas. Podemos explorar novas métricas de sucesso, novas formas de trabalho em equipe, em que cada explora ao máximo seu potencial, com menos caixas e mais criatividade. Acho que a mulher consegue enxergar isso com mais facilidade.

Se você fosse definir sua trajetória profissional em uma frase, qual seria?

Quando não internalizamos os obstáculos que os outros nos colocam, nos permitimos nos apaixonar pelo nosso caminho. E, a dedicação e o esforço para percorrê-lo tornam-se prazerosos.

Na Unidade EMBRAPII, quais são os próximos desafios?

Nosso grande desafio da Unidade EMBRAPII Zetta é ampliar a sinergia entre UFLA, Indústria Agropecuária e Ag Techs (Startups de Tecnologia para o Agro) para execução de projetos que tragam maior competitividade ao setor com baixos impactos ambientais.

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