30/04/2015
As empresas Natura, Boticário, Yamá e TheraSkin Farmacêutica uniram-se em um projeto comum de inovação, que deverá estar concluído até julho deste ano. Em parceria com a unidade EMBRAPII IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e o Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Itehpec), o projeto é na área de nanotecnologia. A ação, que contou com aportes da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação (EMBRAPII), tem como foco o compartilhamento de conhecimentos entre as instituições, que a partir de uma técnica elaborada, poderão aplicá-la de acordo com seus interesses comerciais.
O projeto teve início em outubro de 2013 e também prevê a capacitação das equipes técnicas das empresas no desenvolvimento de diversos produtos. Ele foi estruturado em duas etapas. Na primeira delas, chamada de pré-competitiva, os pesquisadores do IPT desenvolveram duas rotas de nanoencapsulação, e esse conhecimento, a ser aplicado em ativos cosméticos, foi compartilhado com os parceiros. Na etapa seguinte, sigilosa e customizada, as equipes técnicas de cada uma das empresas, atendendo a seus interesses individuais, trabalharam no desenvolvimento de um produto focal.
De acordo com Natália Cerize, pesquisadora do Núcleo de Bionanomanufatura do IPT, a estrutura do projeto viabiliza um modelo de inovação aberta, que reúne associação de classes, instituto de ciência e tecnologia e parceiros da cadeia produtiva: “Na primeira fase, as empresas amadureceram o conceito de nanoencapsulação e adquiriram conhecimentos de diferentes rotas que podem ser utilizadas como plataforma para o desenvolvimento de novos produtos. Em um dado momento, focamos no desenvolvimento de um só produto, mas a ideia de plataforma gerou a capacitação do grupo de pessoas que está acompanhando o projeto”, declarou.
Além das duas etapas, foram promovidas ao longo do projeto reuniões e cursos envolvendo a troca de informações entre as empresas. Com os custos divididos entre as instituições envolvidas – um terço subsidiado pela EMBRAPII, um terço custeado pelo IPT e o restante dividido entre as quatro empresas parceiras –, Natália ressalta que um dos pontos altos do projeto é a viabilização de um instrumento contratual que traga vantagens para todos os envolvidos: “Compartilhamos informação, conhecimento, riscos e custos. É um projeto em que todos aprendem, mas os riscos e os custos são diluídos em função do projeto ser cooperativo”.
A gerente de inovação do Itehpec, Marina Kobayashi, entidade responsável pela mediação estratégica junto às empresas, salienta o processo de aprendizagem durante as etapas de negociação do projeto. “Um dos principais aspectos de sucesso foi a aceitação por parte das quatro empresas do segmento, praticamente concorrentes, de um trabalho em conjunto. Reunimos diversos parceiros e trabalhamos no conceito de inovação aberta, buscando-a não apenas dentro das empresas, mas fora dela”, declarou.